sábado, 28 de junho de 2008

Por que a Igreja Bola de Neve seduz surfistas, jovens de classe média e famosos?

Poucos metros separam dois points da juventude carioca: a Praia do Pepê e o templo da igreja Bola de Neve Church, ambos na Barra da Tijuca. Na praia, os surfistas usam as pranchas para pegar onda e, nos cultos, elas estão no altar. É isso mesmo.
Criada há quase uma década por um surfista de São Paulo, Rinaldo de Seixas Pereira, a igreja nasceu com o objetivo de aproximar os jovens da religião. Hoje, os cultos mostram que a meta foi alcançada. Qualquer um dos 75 templos espalhados pelo País fica lotado de meninas e meninos bronzeados, bonitos, malhados, tatuados. De quebra, ela também está conquistando famosos como os atores Guilherme Berenguer, Fernanda Vasconcellos, Thiara Palmieri, Alexandre Frota e o cantor e ex-Raimundos Rodolfo.
O que atrai tanta gente? Há, certamente, mais de um motivo. O púlpito em forma de prancha, a pregação embalada pelo reggae, a Bíblia com imagens de esportes radicais na capa, além de pista de skate. O culto parece uma festa. Mas os preceitos bíblicos, entre os quais virgindade até o casamento, são o centro das atenções. Segundo Eduardo Refkalefsky, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e especialista em comunicação religiosa, o sucesso está justamente no equilíbrio entre forma e conteúdo: “A Bíblia é apresentada com uma linguagem jovem. A informalidade é atraente e gera identificação”, afirma.
Tudo é diferente, a começar pelo nome. Bola de Neve quer dizer algo que não pára de crescer. “Acreditávamos que a igreja começaria pequena e ficaria grande, como uma avalanche”, explica Rinaldo, o pastor Rina, 36 anos, ex-usuário de drogas que se tornou evangélico após contrair uma hepatite, em 1992. “O nome é diferente porque a igreja é diferente”, resume. O ator Guilherme Berenguer concorda. Ele encontrou na Bola de Neve um ambiente estimulante: “O que fascina é a possibilidade de receber orientação espiritual de uma forma completamente descontraída e livre. Não tem o peso que eu sentia na escola dominical quando criança. Eu não absorvia tanto os ensinamentos da forma como eram passados.

Não tinha essa identificação.” Sempre que pode, o ator vai aos cultos, que são realizados duas vezes por semana, aos domingos e às quartas-feiras.

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